Até o momento, todos os títulos da série Assassin’s Creed fazem alusão tanto à lore do jogo quanto ao contexto cultural de cada país. Por exemplo, em Origins, o título se refere à fundação da Irmandade dos Assassinos no Egito. Já em Odyssey, ele alude à jornada épica de Kassandra, enquanto em Brotherhood destaca a expansão do poder da Irmandade em Roma, liderada por Ezio. Por fim, Revelations foca nas revelações sobre Altaïr, fundamentais para a história da série.
Além disso, cada título também se conecta com a cultura do respectivo país. Odyssey faz referência clara ao livro “A Odisseia” de Homero, e Revelations remete as cartas de Revelação do Apóstolo Paulo, na Bíblia — com boa parte desses capítulos ocorrendo na Anatólia, a atual Turquia. Da mesma forma, Valhalla se relaciona com o conceito do fim do mundo na cultura nórdica.
O título “Shadows” no Assassin’s Creed ambientado no Japão segue essa tradição. Sabemos que Shadows ou melhor, Sombras se relaciona com a lore da série, já que o lema dos Assassinos é “Trabalhamos nas sombras para servir à luz.” Mas o conceito de “sombras” vai além da trama do jogo e encontra um significado especial na cultura japonesa.
1 – Fator Geográfico
O Japão, conhecido como “a ilha do sol nascente”, tem um curioso paralelo com a história da Europa, além da questão geográfica. Enquanto o Japão está no extremo Leste do Velho Mundo, a Europa se localiza no extremo Oeste do Velho Mundo. Nesse sentido, a comparação entre as duas regiões revela semelhanças marcantes.
2 – Cultura e Religião
Ambos os cantos do mundo adotaram religiões importadas de outras regiões, que se tornaram pilares de suas civilizações: o Cristianismo na Europa, originado em Israel, e o Budismo no Japão, vindo da Índia. Além disso, as duas civilizações desenvolveram sistemas feudais, nos quais os proprietários de terras tinham a responsabilidade de proteger suas populações de invasores externos, em troca de serviços prestados em suas propriedades.
3 – Treinamento Militar Organizado
Esses sistemas feudais deram origem a castas militares, como os Cavaleiros na Europa e os Samurais no Japão. Ambos eram rigorosamente treinados tanto em questões morais e psicológicas quanto em treinamento físico, e tinham o dever de viver e morrer com honra pelo bem de seu povo.
Conclusão:
Hoje, tanto o Japão quanto os países da Europa estão entre as regiões mais ricas e prósperas do planeta. Com isso em mente, podemos concluir que, sim, o Japão pode ser visto como a sombra do Mundo Ocidental. Afinal, uma sombra reflete as ações de quem a projeta — uma analogia metafórica.
