De início, confesso que eu nem pensaria em comentar sobre esse jogo — minha experiência foi bem dividida, com pontos altos e baixos que precisam ser discutidos.
Quantos jogos dessa franquia você já jogou? E quantos realmente gostou? É difícil escolher, né? Mas como eu tenho o meu favorito, quero saber o seu também no final.
A Proposta de Assassin’s Creed Shadows
Assassin’s Creed Shadows, se não me engano, foi o game mais caro já feito da franquia. A proposta era ambiciosa: levar o jogador até a era feudal do Japão — um dos períodos mais icônicos da história oriental.
Temos dois protagonistas:
- Naoe, uma ninja que atua indiretamente na ordem dos Assassinos.
- Yasuke, um samurai “lendário” reconhecido por Oda Nobunaga.
Claro que os velhos inimigos da série não poderiam faltar: os famigerados Templários.
Desenvolvimento e Controvérsias
O jogo foi desenvolvido pela Ubisoft e teve colaboração de empresas como a Sweet Baby Inc. Aí você já imagina, né? Inclusões forçadas, polêmicas e críticas não demoraram a aparecer.
Lançado no dia 19 de março de 2025, o game chegou para todas as plataformas — exceto para Nintendo, por motivos óbvios de desempenho.
Agora, sobre minhas expectativas… confesso que estava animado. Esperava jogar com um samurai japonês, como sempre foi com os protagonistas nativos de cada época na franquia. Mas não… Yasuke também é protagonista, o que já levanta várias questões — afinal, ele não fez parte daquela história, nem culturalmente, nem historicamente.
Gráficos
Gráficos sempre foram um dos pontos fortes da Ubisoft, e aqui não foi diferente. A ambientação impressiona, com paisagens lindas e bons efeitos de transição de tela. Os personagens estão bem trabalhados — com exceção dos NPCs, que continuam sofríveis. Mas isso já virou padrão Ubisoft, né?
Áudio
Neste quesito, o game acerta bem: efeitos sonoros, trilha sonora e dublagens de qualidade. A sonoridade acompanha bem a ambientação e ajuda na imersão, mesmo com algumas quebras inesperadas no áudio.
Jogabilidade
Aqui a coisa complica.
A mecânica responde bem, mas os bugs são frequentes e atrapalham a experiência. Habilidades que falham, inimigos que revivem sozinhos, animais congelados no ar, NPCs grudando na parede… e o clássico: reiniciar o jogo após um bug. Chato demais.
A interação com o ambiente também é limitada. Sim, dá pra se esconder em folhagens ou atrás de objetos, mas é tudo bem superficial. Em compensação, explodir inimigos com bombas é divertido!
Enredo e Narrativa
A história se passa na era Sengoku, marcada por guerras e mudanças. Naoe tem a narrativa mais alinhada com a essência da ordem dos Assassinos. Já Yasuke segue um caminho de vingança — e aqui é preciso destacar: historicamente, Yasuke nunca foi um samurai.
Ainda por cima, temos a presença de pronomes neutros e personagens “não binários” que não se encaixam na ambientação histórica. A solução? Pular essas missões. Simples assim.
A originalidade da história se perde quando se tenta reescrever fatos históricos. Não tenho nada contra Yasuke, mas ele foi colocado em um papel que não é dele. E os japoneses criticaram, com razão.
Naoe, por outro lado, é uma personagem marcante. Ela me lembrou muito a Shao Jun do Assassin’s Creed Chronicles — implacável e memorável.
Modos de Jogo e Duração
Se for seguir só a campanha principal, espere cerca de 32 horas de jogo. Mas se for fazer tudo, passa fácil das 50 horas. Missões secundárias são muitas, mas a maioria sem sentido real para a trama.
Rejogabilidade
Jogar de novo? Talvez só pra quem quer platinar o game. A verdade é que não há motivação real para recomeçar, mesmo com customizações e desbloqueios. O jogo cansa.
Considerações Finais
Pontos positivos:
- Ambientação sensacional
- Combates envolventes
- Customização de armas, visuais e da sua base
Pontos negativos:
- Falta de respeito com a cultura japonesa
- Deturpação histórica
- Inclusões forçadas que afastam parte do público
- Bugs frequentes
Nota final: 7,5
Gosto da franquia, mas esperava mais. Se você é fã, jogue pela campanha da Naoe. Yasuke? Só o obrigatório. E se for sua primeira vez na série… vá com calma.
