No último dia 10 de abril, os rumores se confirmaram: o que antes era piada e meme virou realidade. A Sony e a Naughty Dog oficializaram aquilo que muitos já estavam suspeitando – o relançamento de The Last of Us pela sexta vez. Isso mesmo. Mais uma versão do jogo, agora batizada de The Last of Us Complete Edition.
A proposta? Um pacotão que inclui The Last of Us Part I, The Last of Us Part II, a DLC Left Behind e os novos modos de sobrevivência roguelike – todos com suas respectivas melhorias visuais e atualizações para a nova geração.
Mas vamos ser sinceros: depois de seis versões, o público já está esgotado. O “tribunal da internet” não perdoou. Sony e Naughty Dog estão sendo massacradas nas redes, acusadas de perder completamente a noção ao tentar empurrar mais uma edição do mesmo jogo — e ainda por cima com o maior preço já cobrado pela franquia.
É surreal acompanhar a repercussão: o vídeo oficial no canal da PlayStation (versão internacional) está com 22 mil dislikes contra 11 mil likes. A postagem da IGN também seguiu o mesmo caminho, com mais reações negativas do que positivas. No Brasil, o vídeo da PlayStation BR tem uma proporção mais suave — 1.000 likes contra 100 dislikes —, mas nem aqui a situação foi poupada. A insatisfação é geral.
E a cereja do bolo: o preço.
R$500.
Sim, quinhentos reais por um pacote de jogos que já têm mais de uma década de vida. É mais caro do que o The Last of Us no seu lançamento original para PS3.
E aqui vai um detalhe interessante: no PC, através da Steam, você pode comprar as duas partes separadamente por um total de R$450. Ou seja, mesmo sendo uma franquia original da Sony, é mais barato ser fã no PC do que no PlayStation.


A justificativa da Sony? Praticamente nenhuma. Não há um benefício real em comprar essa edição “completa”. Não é mais barata, não oferece grandes novidades exclusivas e ainda cobra um valor absurdo por um conteúdo amplamente conhecido. Na prática, você está pagando mais por algo que muitos já têm — e que inclusive já atualizaram para a nova geração pagando à parte.

A versão física trará apenas um steelbook (aquela capinha metálica “de colecionador”), mas mesmo assim a arte da capa está dividindo opiniões – alguns acharam estilosa, outros acharam horrível. Nada que justifique os R$500 cobrados.
A grande ironia disso tudo? A própria Sony parece incapaz de ouvir seus fãs. Enquanto a comunidade clama por títulos novos ou remasterizações pedidas há anos (como Bloodborne), a empresa prefere insistir na reciclagem de suas franquias mais lucrativas como Uncharted, Horizon, Homem-Aranha e, claro, The Last of Us.
O resultado é um desgaste crescente da boa vontade dos fãs. A Sony parece ter se transformado num “micro-ondas de luxo”, esquentando o mesmo prato repetidamente e tentando vendê-lo como gourmet. O lançamento de Concord, que teria gerado prejuízo de cerca de 200 milhões, pode estar influenciando essa decisão de apostar em lucros garantidos. Mas o custo disso está claro: a confiança dos consumidores está se esgotando.
Já passou da hora do público reagir e boicotar essas práticas. Os fãs merecem mais do que versões requentadas de jogos que marcaram uma geração. A crítica está dada. Agora, cabe ao consumidor decidir se vai aceitar pagar tão caro por algo que ele já conhece de trás pra frente.